Frontalis Linkage Without Intraoperative Eyelid Elevation for the Management of Myopathic Ptosis
Ophthalmic Plast Reconstr Surg
May/Jun 2020;36(3):258-262
Stefânia B. Diniz, Patricia Akaishi, Antonio A. V. Cruz
A correção da ptose palpebral severa é um desafio cirúrgico, especialmente em pacientes miopáticos. Esses casos geralmente apresentam limitação da motilidade ocular associada a um músculo elevador débil e mecanismos de proteção ocular diminuídos, como o reflexo de Bell e a força do músculo orbicular. Sendo assim, qualquer cirurgia configura um risco de ceratopatia por exposição ocular.
Em nosso estudo, fizemos uma análise retrospectiva de 21 pacientes miopáticos submetidos à suspensão frontal para corrigir a ptose palpebral. A cirurgia consistiu no uso de um sling de fáscia autógena para ligar a placa tarsal ao músculo frontal, sem qualquer grau de elevação palpebral intraoperatória.
Nossos pacientes tiveram um aumento da distância margem reflexo (MRD1), alcançando 1.4mm ± 1.34 DP em posição natural e 3.0mm ± 1.73 DP em máxima contração frontal, enquanto a altura do supercílio diminuiu 1.6mm ± 1.59 DP, p < 0.0001. A excursão média do supercílio foi de 5,3mm, o que significa que esses pacientes ainda têm força frontal suficiente, a qual pode ser transmitida para a pálpebra. Lagoftalmo pós-operatório não foi detectado em 31 (74%) dos olhos. Nos 11 olhos remanescentes, o lagoftalmo variou de 1,2 a 5,2mm (média = 1,7mm ± 0,74 DP).
Em conclusão, o frontalis linkage com fáscia autógena é uma boa opção para ptose miopática. O objetivo deste procedimento é realizar uma elevação dinâmica da pálpebra, sem suspensão palpebral intraoperatória, para que a abertura ocular seja condicionada essencialmente pela contração frontal, promovendo uma correção segura e conservadora da ptose palpebral.