Ludwig GD, Osaki MH, Gameiro GR, Hentona Osaki T. Is It Worth Using Botulinum Toxin Injections for the Management of Mild to Moderate Blepharoptosis? Aesthet Surg J. 2022;42(12):1377-1381. doi: 10.1093/asj/sjac139.
Toxina botulínica no tratamento de ptoses palpebrais leves
Ptoses palpebrais leves podem causar incômodo estético para os pacientes, especialmente nos casos unilaterais. No entanto, alguns pacientes não desejam ou têm medo de se submeter a uma correção cirúrgica. A aplicação de toxina botulínica pode ser uma opção nesses casos.
Neste estudo, publicado na revista Aesthetic Surgery Journal, os autores examinaram objetivamente os efeitos da injeção de toxina botulínica A (BoNT-A) no músculo orbicular oculi no tratamento de ptoses leves. Foram obtidas fotografias padronizadas no início do estudo e nas semanas 2, 4 e 24. Utilizou-se um software de análise de imagem digital (Image J) para análise objetiva da distância margem reflexo-1 (DMR-1) e foram também avaliadas mudanças qualitativas em uma escala de 4 pontos.
Observou-se um aumento significativo na DMR-1 no lado tratado e uma redução significativa neste parâmetro na pálpebra contralateral após 2 semanas. O efeito na pálpebra contralateral é atribuído à Lei de Hering. Após 24 semanas, com a diminuição do efeito da toxina, não foi observada diferença significativa em relação à DMR-1 pré-tratamento em nenhuma das pálpebras. Subjetivamente, 87,5% dos pacientes relataram melhora da ptose palpebral durante o período de ação da toxina.
Em conclusão, a injeção de toxina botulínica no músculo orbicular oculi pode ser uma opção para tratamento temporário de ptoses palpebrais leves em pacientes que não desejam se submeter a um procedimento cirúrgico. Esse tratamento alternativo também pode ser empregado para tratar a ptose temporária induzida pela difusão da toxina botulínica para a aponeurose do músculo levantador da pálpebra superior.